Não precisa ser muito atento para perceber o encolhimento dos jornais de papel. Falamos disso aqui constantemente. Lembramos com saudade daqueles calhamaços de domingo, aqueles cadernos e mais cadernos todos os dias. Era preciso por ordem antes de começar a ler. Era caderno de esporte, caderno de turismo, caderno de literatura, caderno infantil, caderno de ciência, caderno de variedades, caderno feminino, eram muitos mesmo. Hoje, o jornal caminha para se transformar em um fascículo, ainda bem que continua guardando sua importância. A repercussão dos jornais nas redes sociais ainda é muito grande. Domingo passado, o leitor mais atento deve ter percebido que o horóscopo da Folha de S.Paulo, simplesmente sumiu. Na segunda, o jornal justificou-se, afirmando que ele vai continuar online. É sempre assim, tudo que desaparece no papel vem a desculpa que continuará online. Sei que está lá, mas confesso que há três dias não leio o horóscopo da Folha e, pelo visto, não lerei mais. Dá medo. O dia em que pegar a Folha no capacho e não encontrar mais a Ilustrada, por exemplo. Não encontrar mais a crônica do Antônio Prata ou o cartum do Benett, da Laerte, do João Montanaro, Não vem me dizer que continuarão online, por favor.