O jornal Folha de S.Paulo lançou, no final de semana, uma campanha a favor da democracia. Um bom editorial na primeira página da edição de domingo, um caderno especial “O que foi a ditadura” bem feito, mudou o slogan de “um jornal a favor do Brasil” para “um jornal a favor da democracia”. Até ai, tudo bem. Mas a Folha quis ir além e ressuscitou a cor da diretas e lançou também – equivocadamente – o grito de “vista amarelo pela democracia”. Na época das diretas, nos idos dos anos 1980, Chico Buarque compôs “Pela Tabelas”, que dizia assim: “Oito horas e danço de blusa amarela/Minha cabeça talvez faça as pazes assim/Quando ouvi a cidade de noite batendo panelas/Pensei que era ela voltando pra/Minha cabeça de noite batendo panelas”. Mas o jogo virou em 2016, quando milhares de pessoas foram às ruas vestindo camisas amarelas, acompanhados de um pato gigante e também amarelo, armando um golpe para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, democraticamente eleita. A camisa da seleção virou símbolo de uma direita raivosa e equivocada, aquela que acreditava que a solução para o Brasil era simples, tirar o Partido do Trabalhadores do poder. A Folha acredita que tem força para virar o jogo novamente. Desde domingo, vem insistindo e acreditando que o país vai vestir amarelo, agora em nome da democracia. Posso estar enganado, mas na minha opinião, o equívoco é enorme. O jornal já fez matéria até sobre cromoterapia e o significado do amarelo. Na segunda-feira, abriu espaço no Painel dos Leitores para publicar fotos enviadas por ele, mostrando a São Paulo amarela. Na edição desta quarta-feira (1), publicou uma matéria de página inteira lembrando a moda amarela, como você deve se vestir. Sorry, Folha, eu não acredito que essa moda pegue.
[foto Reprodução]
Oi Villas
Também tenho minhas dúvidas.
Mas acho que precisa dar certo, para tirar as cores da nossa bandeira da mão de um monte de raivosos fascistas, racistas e genocidas.
Temos que recuperar o orgulho de sermos brasileiros, apesar do Coiso e do circuito de ódio e fascismo que circular ao redor dele.
Vou torcer – muito – para dar certo e confesso que queria ver os demais órgãos de comunicação lutando essa mesma briga.
O verde e amarelo são nossos, daqueles que pensam o Brasil social e justo, e não dos patos da Fiesp e da choldra que o apoiou quando do golpe de 2016.
Abração