A sensação de muitas pessoas que assistiram ao programa Roda Vida na TV Cultura nesta segunda-feira (6) foi a mesma. De que o ex-ministro da Educação, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato nas últimas eleições, Fernando Haddad, poderia estar sentado na cadeira da Presidência da República no lugar de quem está lá, completamente perdido, despreparado, tosco. Sem contar que é genocida, homofóbico, racista, ultra-direitista. Vamos parar por aqui. Aos poucos, os telespectadores foram percebendo que Haddad tem conhecimento de causa, que sabe construir frases conexas e bem feitas. Tem informações precisas, um pensamento reto, que é uma pessoa normal, ao contrário do vencedor. Os entrevistadores, todos representando a imprensa tradicional, ainda com aquele rancor venenoso contra o Partido dos Trabalhadores que não desapareceu do canto da boca, bem que tentaram colocar o ex-prefeito na parede. Mas não conseguiram. A âncora, como não poderia deixar de ser, citou a Venezuela e falou com brilho nos olhos e veneno no canto da boca que Lula foi julgado e condenado. Haddad soube desconstruir cada pergunta maldosa. E deixou todos em silêncio quando falou que o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff começou no dia em que ela foi reeleita. Todos engoliram em seco. Nenhum dos entrevistadores teve coragem de dizer que não foi golpe. Resultado: 7 a 1.
[foto/Reprodução TV Cultura]
Perfeito. É tudo isso, exatamente como está delineado aqui. E para quem votou no Haddad, fica a satisfação da certeza de ter votado certo e a tristeza por não ter esse homem gentil, educado e inteligente como Presidente, principalmente agora que precisamos tanto. Como disseram ontem, ontem Haddad deu vida ao Roda.