O crítico de televisão do UOL e da Folha de S.Paulo, Maurício Stycer, trouxe acertadamente o assuntou ontem em sua coluna: o Jornal Nacional encolheu o noticiário sobre a pandemia, apesar da média de mais de mil mortos por dia. Vamos falar desse assunto também. Na terça-feira (4) chegou a quase 1.400 vítimas. Qual é o motivo? O povo cansou?, O telespectador sumiu? O Ibope caiu? Ontem, pela primeira vez em seis meses, o principal telejornal do país não deu na sua escalada, na sua vitrine, nenhuma notícia da pandemia que vai caminhando, em nosso país, para os 200 mil mortos. Alguns podem dizer que a explosão na zona portuária de Beirute ocupou o espaço da pandemia. Ledo engano. O Líbano estava no primeiro item da escalada, mas não ocupou um espaço que impediria uma cobertura ampla como JN vinha dando da pandemia. O coronavírus foi parar no final do telejornal e até mesmo o competente Marcio Gomes, que apresenta um mapa detalhado da tragédia, é chamado com uma certa displicência, como se fosse um quadro fixo do JN obrigado a estar ali diariamente. O JN de ontem, para não dizer que não faltou emoção, encerrou, mais uma vez, em silêncio, com o número de mortos atrás dos apresentadores: 1.394! [AV]
[foto Reprodução TV Globo]