É bobagem ficar imaginando o mundo hoje sem as modernidades que vieram com os anos. Computador, por exemplo. A não ser que eu me refugiasse na Fazenda do Sertão, que nem eletricidade tinha, para criar porcos, patos, marrecos, galinhas, cavalos. Plantar taioba, couve, escarola. Me desligar do mundo eu tenho me desligado por uns dez minutos por dia, ou mais. Às vezes, quando passo meia hora sem ter notícias das terra civilizada, quando volto tenho um milhão de mensagens, de novidades, de pedidos, de comentários, de piadas, de dicas, de boletos, de fatos, de fotos, de sustos. Aos 70 anos, não esperava ver o mundo assim, eu aqui dentro de casa de pijama até por volta das dez da manhã. Sou salvo pela música diariamente: eu vou-me embora, meu bem, vou-me embora. Eu aqui não me dou bem, ô viola! violá…