João Doria 1 X 0 Jair Bolsonaro
Até agora, deu tudo errado
Currículo típico da turma de Bolsonaro
Enfim, Biden presidente!
Emoção na foto em destaque da primeira página
Ponto para a Folha!
O coronavírus no país do carnaval
O objetivo de Bolsonaro é não deixar o governador de São Paulo aparecer
O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil
É o tal do auxílio emergencial
Só agora o governo federal abriu os olhos para a Corona Vac
Cada morte, uma história
Na capa da Carta Capital, uma tragédia chamada Brasil
A invasão do Capitólio na capa da Veja. Na chamada no alto da capa, percebemos que a revista está à procura de um candidato para as eleições residenciais do ano que vem.
Na capa da Economist (GB) e na capa da Time (EUA), o flagrante da vergonha americana
O francês Libération relata a agonia dos dias finais de Donal Trump
NOTA 10
Para Alan Severiano que, a cada dia, vai relatando nossa agonia no JN com sobriedade
NOTA 10
Para a jovem repórter Raquel Krähenbhul que estava dentro do Capitólio no momento da invasão
NOTA 0
Para Renan Bolsonaro, que estreou um programa no Youtube entrevistando Raian Santos. O papo começou assim: “É um prazer estar aqui no programa do maior comedor do condomínio”. Renan respondeu: “Que isso, você que anda comendo todo mundo por ai…”
Sim, acredite. Para o Jovem Pan o que houve nos Estados Unidos foi uma tentativa de golpe para derrubar Donald Trump
Veja como vai ser o fim de semana na cidade mais fria do mundo
Duas obras da maior importância ganham versão em quadrinhos. Imperdível!
O EP de Davi Moraes, filho de Moraes, morto no ano passado, já está no Spotify
Simples assim
Zé Gilette era o único gay declarado naquela pudica cidade da Zona da Mata mineira. Muito magro, esguio, cabelo black power, era alvo predileto do preconceito travestido de bom humor, nos tempos em que todos cantavam nega do cabelo duro qual é o pente que te penteia. Tempo em que cantavam também ai, meu Deus, que bom seria/se voltasse a escravidão/eu comprava essa mulata/e prendia no meu coração.
Contavam piadas de português, de judeu, de anão, de gago e principalmente, de preto. Diziam que coisa está preta, a lista era negra e que havia negro de alma branca. Zé Gilette era mulato, num tempo em que ninguém associava a palavra com uma mula. Era um mundo cruel, aparentemente engraçado.
Zé Gilette, ninguém sabia o nome verdadeiro, se animava quando ia chegando janeiro, quando fevereiro pintava e com ele, o carnaval. Era na festa de Momo que ele tinha oportunidade de se divertir de verdade. Confeccionava fantasias com roupas comuns que passavam o ano dependuradas em varais das casinhas dos anos quarenta, cinquenta.
Havia desfile de carnaval pelas ruas de pedra da cidade, com escolas de samba mambembe e tudo mais. A cidade parava para ver os blocos passarem e, num deles, lá vinha Zé Gilette na maior empolgação. Era, sem sombra de dúvida, o mais animado da festa. Pulava, se divertia, divertia todo mundo à beira da calçada jogando confetes e serpentinas, borrifando todos com lança-perfume.
As roupas que ele mesmo fazia eram uma atração. Sunguinhas de crochê feitas por ele mesmo, muito antes de Fernando Gabeira. Bustiês tacheados de missangas coloridas, tamancos escandalosos pintados cada um de uma cor. Ninguém sabia onde ele conseguia aqueles óculos enormes, cor de rosa, iguais ao do Zé Boninho.
Zé Gilette chegava na quarta-feira de cinzas um bagaço, uns cinco quilos mais magro dos 50 quilos que pesava normalmente. Dormia o dia inteiro para recompor as energias e, na quinta-feira, bater ponto na fábrica de tecidos.
Ele ganhou esse apelido no início dos anos 60. Um dia, cansado de ser motivo de chacota, cravou vinte e cinco lâminas de Gilette num cabo de vassoura e saia na madrugada com aquela arma na mão. Incapaz de matar uma muriçoca, Zé Gilette nunca atacou ninguém, mas ganhou um apelido que entrou para a história de Cataguases.