O SOL DE QUINTA-FEIRA

 

A luta contra o coronavírus continua

Mais uma que Bolsonaro perde

Trata-se de um protesto a favor, é isso?

Laerte na primeira página

Isso tem nome: carteirada!

A volta do dragão no país de Bolsonaro

Nas fotos em destaque na primeira página, as primeiras medalhas brasileiras nas Paralimpíadas

Nem mesmo Sérgio Reis quer gravar disco com ele próprio

O presidente caiu do cavalo

Vamos tomar quantas doses forem precisas

Acende a luz pra gente enxergar a crise energética!

 

Na capa da Nature, o poder da proteina

A revista francesa We Demais sempre com boas pautas; “eu vivi quatro anos sem tecnologia”

Desde o dia 12 de agosto, a piauí está proibida de publicar uma reportagem sobre os desdobramentos do caso Marcius Melhem, o humorista acusado de assediar sexualmente pelo menos oito mulheres, todas colegas de trabalho. No dia 5 de agosto, quinta-feira, entrei em contato com a assessora de imprensa Isabela Abdala, contratada por Melhem em dezembro do ano passado para lidar com as denúncias de assédio sexual. Contei as revelações que havia apurado e pedi uma entrevista com o humorista, ou seus advogados. Abdala pediu que as perguntas fossem enviadas por escrito. Mandei seis questões e dei um prazo de cinco dias para receber as respostas. No dia 10 de agosto, terça-feira, encerrado o prazo inicial, Abdala pediu mais tempo. “Consegue nos dar um prazo até sexta de manhã ou pelo menos quinta no final do dia?” Sim, consegui um prazo até a manhã de sexta e mandei uma sétima pergunta para o humorista.

Enquanto negociava mais tempo para responder à piauí, Marcius Melhem, por meio de seus advogados, entrou na Justiça pedindo que a revista fosse submetida à censura prévia e, assim, impedida de publicar a reportagem em apuração. No dia 12, a juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, acatou o pedido de Melhem e determinou “a suspensão, pelo tempo que durarem as investigações, da publicação de matéria na revista piauíou seu respectivo site”. Em caso de descumprimento da medida judicial, a juíza estabeleceu multa de 500 mil reais, além do recolhimento dos exemplares da revista nas bancas e da remoção da reportagem do seu site. Também mandou investigar o vazamento. No direito criminal, a guarda de sigilo judicial cabe aos funcionários da Justiça e às partes envolvidas no processo, e não aos jornalistas.

Os desdobramentos jurídicos das denúncias de assédio sexual contra o humorista são múltiplos. Começaram depois que, em dezembro de 2020, a piauí publicou uma reportagem sob o título O que mais você quer, filha, para calar a boca?. Para fazer a matéria, ouvi 43 pessoas. Entre elas, duas vítimas de assédio sexual, sete vítimas de assédio moral e três vítimas dos dois tipos de assédio, o sexual e o moral. O episódio mais rumoroso envolve a humorista Dani Calabresa, cujos relatos incluem um ataque ocorrido no bar Vizinha 123, em Botafogo, quando seu antigo chefe tentou beijá-la à força à saída do banheiro e, com a genitália exposta, pressionou o corpo da artista contra a parede.

Assim que a reportagem foi publicada, Melhem processou a piauí, acusando a revista de fazer uma matéria mentirosa e tendenciosa (O juiz Eduardo Tobias de Aguiar Moeller, da 2ª Vara Cível do Foro Regional de Pinheiros, em São Paulo, julgou que a demanda não procedia. Melhem está recorrendo contra a sentença.) Com as revelações da reportagem, o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro pediu uma investigação sobre a conduta da Globo, cujo setor de compliance apurou o caso internamente, mas nunca informou as vítimas sobre suas conclusões. Em janeiro de 2021, segundo noticiou o jornal Folha de S.Paulo, oito mulheres relataram os casos de assédio de que foram vítimas para a promotora Gabriela Manssur, da Ouvidoria Nacional do Ministério Público. Os relatos foram posteriormente remetidos ao Ministério Público do Rio de Janeiro.

Nem todos os casos de assédio sexual que chegaram ao setor de compliance da Globo fazem parte da investigação do Ministério Público. A piauí apurou que pelo menos três mulheres, cujos nomes apareceram nas investigações da Globo, decidiram não falar com o MP por razões diversas. Uma delas havia decidido contar seu caso à promotora Manssur, mas, na última hora, voltou atrás com receio de sofrer represálias jurídicas. Investigado pela compliance da Globo durante meses, Melhem tirou uma licença da emissora em março de 2020 e acabou definitivamente afastado em agosto do mesmo ano. A Globo jamais admitiu publicamente que o rompimento do contrato aconteceu devido às denúncias contra o humorista.

A reportagem que Melhem conseguiu censurar na Justiça trazia novos desdobramentos. Contava que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx num flat. Também dizia que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx quando gravava cenas no Rio de Janeiro. Uma terceira xxxxxxxxxxxxxxxxx contou que xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx e xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx banheiro. Entre outras dezenas de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxx, a reportagem também informava que a juíza Tula de Mello determinou que Melhem xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx e tivesse xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Com inúmeros detalhes de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Na manhã do dia 13 de agosto, depois que a juíza já tinha suspendido a publicação da reportagem, a assessora Isabela Abdala encaminhou um e-mail à revista. Assinado pelos advogados Técio Lins e Silva e José Luis Oliveira Lima, o texto diz que “em respeito ao sigilo decretado nos processos”, Melhem não poderia “responder aos questionamentos” da revista.

A piauí está contestando a decisão judicial que submete a revista à censura.

O SOL RECOMENDA

Quem não viu o Provoca (TV Cultura) com o presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência, Renato Janine Ribeiro, vale a pena ver.

 

 

 

 

 

 

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