A educação no Brasil nunca foi tão colocada pra escanteio, como nos tempos atuais
Taí uma boa palavra para o bolsonarismo: boçal!
Sempre de braços abertos para a Guanabara
A seleção está tão empolgante quanto um zero a zero
Tudo de ruim duplica ou triplica no atual governo
Já percebeu que a desigualdade voltou a crescer desde o início do governo Temer?
Uma boa notícia: a restauração da Casa das Rosas, na Avenida Paulista
E não adianta fazer cara feia…
Investidores estrangeiros evitam um país chamado Brasil
O Brasil prefere ficar como está
Festa do Círio, em Belém: o Brasil que anda com fé
Qualquer jogo do Brasileirão ontem foi mais empolgante
Capa da IstoÉ: a economia é o principal fator para derrubar Bolsonaro nas urnas eletrônicas
Pandorra Papers é o assunto de capa da L’Espresso, revista semanal italiana de informação
A bela capa da Cambio16, revista mensal espanhola
O diretor Werner Herzog na capa do suplemento do jornal italiano La Repubblica
Mais uma reportagem da série “vira mania”
A capa do Meia Hora de sábado
Uma homenagem aos 600 mil mortos pela pandemia, na primeira página do Globo de sábado
A notícia de que Helô pousou no aeroporto de Orly circulou de boca em boca, numa época em que vivíamos sem zap. Pelos vinte quarteirões de Paris a notícia ia se espalhando, fazendo com que a cabeça de cada um viajasse em sonhos.
Exilados e bichos grilos perguntavam para os seus botões coisas do tipo: será que trouxe guaraná? Será que trouxe goiabada? Farinha de mandioca? Feijoada em lata?
Era sempre assim quando um brasileiro chegava, pousando no aeroporto de Orly. Na mala, sempre vinha alguma coisa como uma lata de Quatro em Um da Cica ou paçoquinhas Amor. Um dia, Zeitona trouxe um pacote de Café Pelé, Juca trouxe um saco de Balas Chita, Martinha uma garrafa de Velho Barreiro.
Mas com Helô foi diferente. A notícia chegou na minha casa numa manhã de segunda-feira, assim que voltei do trabalho. O meu trampo era preparar o salão de café da manhã de um restaurante de jovens trabalhadores da Peugeot. Pegava às cinco da madrugada e largava às dez, depois de deixar tudo limpinho e organizado pro dia seguinte.
Helô trouxe os dois discos do Caetano!
Fiquei sabendo assim na lata. Os dois discos do Caetano tinham acabado de sair no Brasil: Joia e Qualquer Coisa. Sabia pouco sobre eles, tinha apenas lido uma pequena nota recortada do Jornal do Brasil que recebi dentro de um envelope verde e amarelo.
Há dias vinha pensando neles, como seriam as capas, que músicas teriam, porque dois discos ao mesmo tempo? O Jornal do Brasil dizia que ele preferiu lançar assim, dois discos separados ao invés de um álbum duplo, como chamávamos, caros demais.
Foi preciso esperar a semana inteira para encontrar Helô e, quem sabe, ouvir o Joia e o Qualquer Coisa.
Quando a campainha da minha casa tocou no sábado por volta de uma da tarde, só podia ser Helô que viera almoçar com a gente, conforme o combinado. A toalha estava estendida no chão, em cima de um carpete azul anil medonho, mesa posta. O menu que preparamos era uma salada de celeri, espaguete alho e óleo como prato principal, queijo camembert e uvas de sobremesa.
Helô me deu um abraço apertado e me entregou uma caixinha de Supra-Sumo, uma goiabada e um pacote com pé de moleque. Nada do Joia, nada do Qualquer Coisa.
Sem jeito de perguntar, almoçamos e contamos casos até cair a noite. Conversamos sobre a Escola de Arquitetura da UFMG, sobre as mineirices, a saudade do Mercado Central, a vontade de tomar um Mate-Couro, comer uma coxinha, coisas assim.
Três dias depois, Helô instalada, nos convidou para um espaguete alho e óleo, acompanhando de taças de Beaujolais. Foi no studio dela que ouvi pela primeira vez Caetano cantando Help, de Lennon & McCartney. Havia uma década que não pisava no Brasil.
Help! I need somebody
Help! Not just anybody
Help! You know I need someone
Help!
Não teve como ouvir Help naquele tom de lamento e não chorar, alguns minutos depois, sentado num banco cor de laranja na estação Voltaire do metrô.
O Fantástico será apresentado por duas mulheres pela primeira vez, desde 1973: Maju Coutinho e Poliana Abritta
NOTA QUALQUER
O quadro de ilusionismo que vem sendo apresentado pelo Fantástico, tirando a tecnologia, tem cheiro dos anos 1970. Todos sabem o final, mas cria-se uma expectativa de que pode dar errado e uns “torcedores” fake e “aflitos” dão o tom meio idiota ao quadro, assustadoramente rico e bem produzido.
Ziraldo é o autor do cartaz da 45a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo