COMIDA É ARTE

A edição desta terça-feira (28) do jornal francês Le Monde e da nossa Folha de S.Paulo, em meio a tantas notícias, traz um debate sobre o futuro das galerias de arte na era pós-pandemia. A França se prepara para a flexibilização à partir de 11 de maio, bem como o Brasil, apesar do confinamento por aqui nunca ter existido pra valer, de verdade. Lendo as duas matérias, concluímos que o mundo precisa começar do zero, que está tudo fora da ordem. Vale a leitura.

[foto Reprodução] 

PODE ISSO?

Observamos que mais de três meses depois do surgimento do coronavírus, dois dos principais jornais do país fizeram a pergunta no mesmo dia. Desconfiamos que os dois jornais têm o mesmo pauteiro.

[foto/Reprodução]

OPS…

O jornal Correio Braziliense deixa o texto pronto, esperando o resultado da mega-sena e, na hora de editar e postar, esquece de escrever as dezenas sorteadas.

[foto Reprodução/Correio Braziliense] 

VEJO E GOSTO

Nunca tinha visto o jornal Em Ponto, da GloboNews, que começa tão cedo. Nesses tempos de coronavírus tenho visto todos os dias. Gosto. São as primeiras notícias do dia. Com o Burnier em casa, em sua quarentena, Julia Duailibi, é quem está segurando o rojão. No final dos anos 1990, todos os telejornais de fim de noite, anunciavam as manchetes dos dias seguintes, em arte simples apenas mostrando a manchete principal. Desde o ano passado, uma das primeiras coisas que faço no dia é o Diário de Noticias pro Nocaute, blog do Fernando Morais. Faço um pequeno raio-X dos principais jornais do país e dou dicas que pesco na imprensa internacional. Agora, vendo o Em Ponto, acompanho todos os dias a Julia mostrando as primeiras páginas dos jornais. Com a tecnologia que é outra, ela vai mostrando no telão as primeiras páginas dos jornais, apenas as primeiras páginas, e fazendo pequenos comentários. Acho simpático. 

[foto Reprodução/GloboNews]

BYE BYE PAPEL

O jornal político e satírico francês Le Canard Enchaîné, fundado em 1915, nunca teve sua edição online. No entanto, desde a semana passada, Le Canard (é uma expressão que os franceses usam para um jornal tipo pasquim) deixou temporariamente sua edição em papel e adotou a online. O coronavírus está mudando o mundo. 

MUDANÇA DE HÁBITO

Existe um velho ditado no Jornalismo que diz: num  jornal, numa revista, pode-se mudar tudo, menos o logotipo. Acredita-se que o logotipo é a vitrine consolidada do produto. Pode-se mudar todos os produtos da vitrine, mas a vitrine propriamente dita, não. No Brasil, muito raramente mudam-se as letras de uma marca de jornal ou revista. Elas sobrevivem impávidas até a morte. A Ilustrada, da Folha de S.Paulo, resolveu fugir à regra e tem surpreendido a cada dia os seus leitores. Se o jornal em si está emoldurado num formato rígido e burocrático, a capa da Ilustrada mais parece um território livre dentro de uma potência, o que é um bom exercício de criatividade e uma surpresa saudável para o leitor, a cada dia. No ano de 1986, ao ser lançado, o Caderno 2 do Estadão passou por experiência mais ou menos parecida. Se não mudava o logotipo, sua capa era sempre uma novidade dentro do velho e tradicional Estadão. Ao assumir a direção de redação, Augusto Nunes acabou com a brincadeira e transformou o Caderno 2 num produto como os outros, burocrático. A Ilustrada tem mudado quase que diariamente o seu  logotipo e o que é mais importante. Seu artigo de capa que sempre abriga um texto muito bom de se ler. Percebe-se que há um capricho ali. [AV]

[foto Reprodução]

ANOREXIA

Todos sabemos que no verão os jornais emagrecem. Não para ficar bem na foto, mas por falta e publicidade. Os suplementos de turismo, sobreviventes de cortes que fizeram desaparecer cadernos importantes, resistem graças à publicidade que ainda pingam em suas páginas. Nos últimos tempos vimos desaparecer das bancas boas revistas como a Viagem e Turismo e Próxima Viagem. Com todas as informações disponíveis sobre viagem estão na Internet, inclusive hospedagem, restaurantes, museus, ruas, tudo atualizado, as revistas foram perdendo o sentido, bem como os guias de viagem. Hoje o turista prefere um smartphone na mão do que um pesado guia turístico, muitas vezes desatualizado. Neste carnaval sentimos o drama de perto. Os suplementos de turismo do Globo e da Folha estavam com o tamanho de um folheto de publicidade, de uma capa tipo informe publicitário. O Turismo da Folha, por exemplo, tinha 4 páginas. Resumindo: os suplementos de turismo estão com os dias contados, com a morte anunciada.

[foto Reprodução]

FAMOSA QUEM

A minha primeira leitura nos jornais de domingo é a página C2 da Ilustrada que abriga um perfil/entrevista, quase sempre bem conduzido, de pessoas interessantes, algumas vezes em voga, outras não. Neste domingo, primeiro dia de março, tive uma surpresa ao abrir o suplemento de variedades da Folha e encontrar lá a personagem da semana que, confesso, nunca tinha ouvido falar. Talvez por ignorância ou por não costumar ler as colunas onde o seu nome costuma frequentar: Antonia Fontenelle! Aos poucos, lendo a matéria, fui sabendo de quem se tratava. Companheira do ator e diretor Marcos Paulo durante alguns anos, comprou uma briga na justiça com a família dele para ter uma fatia do bolo, assim que ele morreu. Antonia é um pouco de tudo. Meio atriz, meio socialite, meio famosa, meio jornalista, soube que tem um programa de entrevistas no Youtube chamado “Na Lata”, que “bomba”. Acabei de ler a página com o seu perfil e fui direto pro computador para me inteirar que programa era esse. Descobri que Antonia é assim uma espécie de Joice Hasselmann, no jeitão. Suas entrevistas são geralmente com pessoas de direita, pessoas que pensam como ela. Usa e abusa daquela frase “eu sou assim, pergunto mesmo”, como se estivesse arrancando do entrevistado um grande furo de reportagem. Tive a paciência de ver algumas dessas entrevistas, sempre lembrando dos milhares e milhares de seguidores que ela tem. No fundo, a gente se diverte. Por exemplo, ao ouvir dela que o GNT é um canal de esquerda e que o cantor e compositor Gilberto Gil é incoerente, pois como pode uma pessoa de esquerda (só faltou dizer que ele é comunista) fazer uma música que diz “andar com fé eu vou porque a fé não costuma falhar”. Essas duas afirmações foram ditas a Danilo Gentilli, seu companheiro de “partido”. Resumo da ópera: daqui pra frente, quando alguém falar em Antonia Fontenelle eu vou saber quem é. Infelizmente. (AV)

[foto Reprodução Na Lata]

AGORA, FALANDO SÉRIO!

O título da reportagem sobre a live de Jair Bolsonaro, publicado na edição desta sexta-feira (28) na Folha de S.Paulo, pisa em ovos. Na verdade, o mais forte das bobagens que falou na noite de quinta-feira foi atacar os jornalistas, destruir a Folha de S.Paulo, a revista Época e a TV Globo principalmente, além de dizer que vai aconselhar os seus ministros a dar entrevistas à CNN Brasil (que ele não lembrou o nome na hora) e não à Globo que, segundo ele, é sensacionalista, canalha e mentirosa. Agora, falando sério: os jornais estão com medo do presidente de ultra-direita. 

[foto Reprodução]

CIDADE

O jornal Le Monde anunciou em sua edição datada desta quinta-feira (20), matéria de página inteira, como ficará a Avenida dos Champs Elysées, que vai passar por um banho de loja. 

[foto Reprodução]