TOMA LÁ, DÁ CÁ

´

DEU NO FAROFAFÁ

Bolsonaro libera R$ 3,1 milhões para TV Record cuidar do seu acervo

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, durante encontro em julho com o presidente de Angola, João Manuel Lourenço, no qual tentou mediar crise da Igreja Universal naquele País. Foto: Romério Cunha/VPR

O governo de Jair Bolsonaro liberou na manhã desta sexta-feira, 6, R$ 3,1 milhões do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para a “preservação e digitalização do acervo” de 55 anos da TV Record, a mais fiel aliada do governo. O Fundo Nacional de Cultura é dinheiro direto do orçamento federal para investimento em cultura, não requer captação de recursos na inciativa privada, como a Lei Rouanet. O projeto é assinado pelo Instituto Ressoar (Instituto Record de Responsabilidade Social), ligado à emissora.

Enquanto isso, em São Paulo, o maior acervo audiovisual da América do Sul, a Cinemateca Brasileira, perdeu parte expressiva dos documentos da História audiovisual do País em um incêndio, atribuído justamente à negligência do governo, e o Ministério do Turismo abriu um procedimento para escolher um novo gestor cujo prazo de seleção vai até 22 de setembro. Não há qualquer ação emergencial em curso relativa à instituição, que guarda 250 mil rolos de filmes e milhares de documentos.

Há alguns dias, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, foi a Angola, na África, para interceder junto ao governo angolano (em nome de Bolsonaro) e mediar crise criada pela Igreja Universal naquele País – a igreja pertence ao mesmo proprietário da TV Record, o bispo Edir Macedo, e é acusada de lavagem de dinheiro e dezenas de outros crimes e irregularidades pelo estado angolano. A viagem, claramente empreendida para defender interesses privados, custou R$ 340 mil aos cofres públicos.

O curioso é que o acervo da TV Record, um dos mais antigos do país (foi criado em 1953 e fica na sede da empresa na Barra Funda, em São Paulo) já está todo digitalizado – reportagem do UOL, do ano passado, visitou o local, que fica numa confortável sala de 88 m² e reúne mais de 4 milhões de GB disponível para armazenamento, espaço para mais de 150 mil horas de conteúdo em formato digital. O material mais precioso, segundo pesquisadores, são os arquivos de música popular dos anos 1960 e 1970, que registram a história dos festivais de música.

O Fundo Nacional de Cultura, segundo a lei, existe principalmente para estimular a distribuição regional dos recursos federais para a cultura, favorecer visão interestadual, apoiar projetos de aperfeiçoamento profissional, e também contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro. Esse último item pode ter sido o pretexto para a destinação ao acervo da TV Record, uma empresa privada. Pela lógica, todas as emissoras podem pleitear a mesma distinção a partir de agora.

A TV Record tem caracterizado sua postura como de canina docilidade ao presidente Jair Bolsonaro mesmo antes de sua eleição. Recentemente, uma jornalista que destoou da atitude de reverência, Mariana Godoy (que considerou “bizarra” uma das lives do presidente) foi advertida por integrantes do governo e sua demonstração de independência gerou uma nova circular interna na TV para “disciplinar” o comportamento de jornalistas.

 

O APRESENTADOR DA GLOBO CHICO PINHEIRO, QUEM DIRIA, FOI PARAR NA CNN COM DÓLARES NA CUECA

O site Notícias da TV captou nesta quinta-feira (15), um erro no mínimo engraçado da CNN Brasil que creditou ao jornalista e apresentador do Bom Dia Brasil, da TV Globo, Chico Pinheiro, o fato de ter escondido dinheiro na cueca. A informação do repórter Cassius Zeilmann estava correta, mas na tarja que apareceu no ar estava o nome do global Chico Pinheiro.  

SILVIO SANTOS QUER PASSAR O JORNALISMO DO SBT PARA A CNN

Há muitos anos apaixonado pelo jornalismo made in USA, principalmente o da CNN, Silvio Santos agora viu a chance de entregar o seu departamento de jornalismo ao canal que estreou este ano em nosso país, a CNN Brasil. Recentemente, o dono do Baú declarou que o seu principal telejornal – o SBT Brasil – é um jornal “chato e desinteressante”. A quarentena fez com que o empresário, que completa 90 anos em dezembro, ficasse ainda mais com os olhos grudados na televisão. E foi ai que se apaixonou ainda mais pelo jornalismo que a CNN Brasil está fazendo. De acordo com o site TV História, Silvio já mandou um emissário cogitar a possibilidade do canal assumir o jornalismo da sua emissora. Se concretizar, ele vai se livrar de uma pedra no caminho, já que jornalismo feito aqui não é com ele, o seu negócio é pão e circo.

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE DINHEIRO

Quando foi divulgada aquela histórica reunião ministerial de 22 de abril em que o ex-ministro da educação Abraham Weintraub disse que queria ver os vagabundos do STF na cadeira, a imagem e as palavras do nada saudoso ministro, foram repetidas dezenas e dezenas de vezes pela Globo. Em todos os telejornais da casa, inclusive de minuto em minuto na GloboNews. Parecia piada. Bastava aparecer a palavra Weintraub, que lá vinha a imagem e o som. Depois foi a vez daquele desembargador em Santos, humilhando um policial chamando-o de analfabeto, rasgando a multa e fazendo aquele showzinho. A imagem também foi repetida umas cem vezes na Globo. Apesar da canalhice, era divertido ver aquilo toda hora na telinha. Agora chegou a vez de Flávio Bolsonaro exibindo uma caixa de chocolate em formato de coração da Kopenhagen. Falou em Flávio Bolsonaro, lá vem a foto dele, com cara de idiota, mostrando a caixa de chocolate ao invés de uma caixa de laranjas. Está divertido isso. 

[foto/Reprodução TV Globo]

SEM COMENTÁRIOS

Ao contrário dos outros telejornais, o Jornal Nacional bate no presidente da República e nos seus filhos todos os dias. Mostra as falcatruas, uma a uma. Em outros tempos, o JN derrubava ou elegia presidentes da República, hoje não mais. Mas o curioso, e que você já deve ter notado, é que depois de cada denúncia, o telejornal procura saber o que o governo Bolsonaro tem a dizer. É quando Willian Bonner ou Renata Vasconcellos dizem, sempre a mesma coisa: “O Palácio do Planalto não quis comentar”. Vai ser assim até o fim.

[foto/Reprodução TV Globo]

 

VIMOS E GOSTAMOS

O programa Saia Justa, bem feminino e feminista, apresentado ao vivo às quartas-feiras pelo GNT, é sempre uma boa atração. Bem como o Papo de Segunda, o programa dos homens. Na noite da quarta-feira (19), a convidada do Saia Justa (sempre tem uma convidada ou convidado) foi a jornalista Aline Midlej, apresentadora e âncora da GloboNews, uma jornalista que cresce a cada dia e a olhos vistos. Aline deu um show ao lado de Gabi Amarantos. Pitty, Monica Martelli e a apresentadora Astrid Fontenelle paravam para ouvir e concordar com as duas quando o assunto era cor da pele. Todos os assuntos propostos eram tratados por Aline com inteligência, modernidade e muita firmeza. Vamos ouvir falar muito dela nos próximos anos. Anote aí.

[foto Reprodução/GNT] 

DÉJÀ VU

É muito comum você estar assistindo a um programa no GNT e ver entrar na tela que, a seguir, vai começar Pedro Pelo Mundo. Você pensa assim, oba!, adoro esse programa. Quando Pedro Pelo Mundo entra, um minuto depois vem a decepção: esse programa eu já vi! E muda de canal. Assim acontece com o programa da Ingrid Guimarães, na quarentena, com Rita Lobo e suas receitas, com o Decora, com o Tempero de Família, todos bons programas. No GNT, nunca se sabe se o programa que vai começar é inédito ou não. Reprises em canais à cabo são mesmo comuns, mas o GNT precisa chegar a um acordo. Jogar essas repetições para um único horário que, certamente vai ter público: quem não viu ou quem acha que vale a pena ver de novo. O que não pode é misturar na grade, programas inéditos com programas já exibidos, às vezes mais de uma vez. Não tem nada mais chato que ficar esperando um programa e, quando começa, vem aquela decepção. Essa receita  de pão da Rita Lobo eu já vi, a reforma dessa sala de jantar já vi, Pedro pelo mundo no Irã eu já vi, essa cestinha de batatas recheadas do Rodrigo Hilbert eu também já vi. GNT, deixa essas reprises pro Viva!

 

O HUMOR NOS TEMPOS DO VÍRUS

Com boas perguntas – Você já foi censurado na Globo? Você é de esquerda? É possível fazer humor nesses tempos de pandemia? Como você viu as acusações de assédio contra o seu colega Marcius Melhem? – o ator, roteirista, humorista, imitador e tudo mais, Marcelo Adnet fez na noite de segunda-feira um ótimo Roda Viva. Não deixou de responder nada. Com rapidez e sensatez, foi respondendo a cada pergunta com inteligência e lógica. Frisou várias vezes que sofreu abuso na infância, contou como enfrenta os tomates que jogam nele e imitou várias pessoas. Quando brincou com a bancada dizendo que “todos aqui são comunistas”, o jornalista Marcelo Tass se sentiu incomodado. Marcelo Adnet não perdeu a pose: “Ser de esquerda não significa ser lulista, é muito mais amplo”. E fez questão de frisar: “Sim, eu sou de esquerda. Pelo que penso, pelo que faço”. Quem não viu, vale a pena ver e quem viu, vale a pena ver de novo. 

[foto Reprodução/TV Cultura]

PORCHAT 24 HORAS

Já vimos Luciano Huck a qualquer momento na televisão, já vimos Ivete Sangalo, já vimos Anitta, já vimos Tiago Leifert. Agora chegou a vez de Fábio Porchat. Hiperativo, criativo, espirituoso, o multimídia está a todo momento na telinha: apresentando o Papo de Segunda, Que História é essa?, na Porta dos Fundos, nas dezenas de lives, nas propagandas. O dia de Porchat tem 48 horas, só pode. Quando você acorda e bate os olhos naquela listinha que escreveu à noite, com cinco coisas pra fazer no dia, já acha muito. E olha que é… pagar conta, ligar para a NET, responder e-mail… Com Porchat a história é outra: ele tem 50 coisas pra fazer no dia, coisas do tipo: apresentar programa, escrever script, gravar propaganda, dar entrevistas, sem contar lavar roupa, lavar louça, coisas que já vimos ele fazer na TV. Ontem estreou no UOL, a live de Yuri Marçal e, claro, o primeiro entrevistado foi Fábio Porchat. Você já imaginou o que é ser Fábio Porchat que, além do que precisa fazer em um dia, precisa também estar por dentro de tudo? Vai que o entrevistador pergunta, ao vivo: o que você achou da queda do primeiro-ministro libanês… e a situação na Bielorus, Porchat? 

[AV]

[foto Reprodução/Live Yuri Marçal]

A VIDA COMO ELA ERA

Com a chegada da pandemia, as grades de programação das televisões tiveram que dançar miudinho. Vamos falar da Globo. Alguns programas simplesmente desapareceram do ar, como o Se Joga (ainda bem) e obrigando-os a esticar o Jornal Hoje. As gravações de novelas foram interrompidas e reprises foram repaginadas para ir ao ar num tempo recorde. Programas como Altas Horas, do Serginho Groissman começaram a ser reprisados, causando uma certa estranheza ver tanta gente junta e animada, Faustão repaginou o the best e colocou no ar. O noticiário sobre a Covid-19 ocupou boa parte da programação. Como a pandemia não foi embora, Fátima Bernardes voltou sem público e com uma receita de Ana Maria Braga repaginada dentro do programa. Aos poucos, Bial também voltou sem o presencial e sem banda e sem platéia, mais frio. Mas com o passar do tempo, a Globo vai se aproximando do Canal Viva, aliás o canal pago mais visto, segundo os números do Cantar/Ibope divulgados ontem. As novelas Novo Mundo, Totalmente Demais e Fina Estampa estão sendo reprisadas e esse é o novo normal da Globo, que anda vendendo gato por lebre. A chamada para a “estréia” de Tapas e Beijos deixa parecer que vem aí uma nova grande atração no canal. Tudo déjà vu, sem tirar nem pôr.

VILLASNEWS VIU E GOSTOU

A entrevista que o Doutor Drauzio Varella deu, hoje às 7 horas da manhã, ao vivo, aos jornalistas José Roberto Burnier e Julia Duailibi no telejornal Em Ponto, na GloboNews, deve ser vista e revista. Um dos médicos mais importantes e comunicativos do país deu um verdadeiro show ao apontar os erros do governo e das pessoas que continuam minimizando uma das maiores tragédias da humanidade. Com o Doutor Drauzio não tem meias palavras. Ele alerta para as pessoas que estão achando que daqui a uns dias, ou meses, a vacina contra a Covid-19 vai estar pronta. “Gente, como é que se vacina 20 milhões de pessoas”. Ninguém sabe nem mesmo se vai ter frasco para embalar, qual é a logística? Enfim, está tudo errado. Repetimos: vale a pena ver de novo.

[foto Reprodução GloboNews]

QUERIDA, ENCOLHI A PANDEMIA

O crítico de televisão do UOL e da Folha de S.Paulo, Maurício Stycer, trouxe acertadamente o assuntou ontem em sua coluna: o Jornal Nacional encolheu o noticiário sobre a pandemia, apesar da média de mais de mil mortos por dia. Vamos falar desse assunto também. Na terça-feira (4) chegou a quase 1.400 vítimas. Qual é o motivo? O povo cansou?, O telespectador sumiu? O Ibope caiu? Ontem, pela primeira vez em seis meses, o principal telejornal do país não deu na sua escalada, na sua vitrine, nenhuma notícia da pandemia que vai caminhando, em nosso país, para os 200 mil mortos. Alguns podem dizer que a explosão na zona portuária de Beirute ocupou o espaço da pandemia. Ledo engano. O Líbano estava no primeiro item da escalada, mas não ocupou um espaço que impediria uma cobertura ampla como JN vinha dando da pandemia. O coronavírus foi parar no final do telejornal e até mesmo o competente Marcio Gomes, que apresenta um mapa detalhado da tragédia, é chamado com uma certa displicência, como se fosse um quadro fixo do JN obrigado a estar ali diariamente. O JN de ontem, para não dizer que não faltou emoção, encerrou, mais uma vez, em silêncio, com o número de mortos atrás dos apresentadores: 1.394! [AV]

[foto Reprodução TV Globo]

 

 

DESCONSTRUINDO A MATÉRIA

“Fulano lavou dinheiro, desviou milhões e tem várias contas no exterior. A Polícia Federal faz busca e apreensão, recolhe malas de dinheiro vivo, prova e comprova”. A reportagem do Jornal Nacional mostra o passo a passo da falcatrua. Mas é preciso ouvir o outro lado. “O advogado de Fulano disse que ele nunca fez nada de ilícito em toda a sua carreira de político, não desviou um centavo do poder e jamais teve contas no exterior. Disse ainda que o seu cliente está pronto para colaborar com a Justiça e que vai provar sua inocência”. Vimos isso todas as noites no principal telejornal do país. Não há nada mais confortável para um advogado que declarar inocência do seu cliente e ouvir o apresentador do JN ler, colocando um ponto final em qualquer desconfiança porque nunca há tréplica.

[foto Reprodução TV Globo] 

 

A BOLHA

A pandemia chegou ao nosso país e revelou para milhões e milhões de brasileiros, os invisíveis. Parece que, de repente, o Brasil descobriu os seus carentes, aqueles que vivem com pouquíssimo dinheiro, comem mal e vivem precariamente. Sim, houve uma corrente de solidariedade que ajudou muita gente, tirando-as daquela penúria. Mas um outro país continua existindo para a imprensa. Já perceberam que os depoimentos que vão ao ar de pessoas mostrando como estão enfrentando a pandemia dentro de casa, são sempre muito parecidas e de uma classe privilegiada? “Faço yoga, meditação, estou me reinventando, pensando mais, aprendi a lavar pratos, estou curtindo minha casa, meus filhos…” e por aí vai. ótimo isso, mas onde estão as pessoas que estão enfrentando a pandemia sem tempo para uma yoga, para uma meditação ou sequer pensar? Nenhum telejornal ouviu pessoas de baixa renda, aqueles que precisam lutar a cada dia para conseguir almoçar e jantar. Se a ajuda material veio, agora precisamos ouví-los. Sim, eles querem comida. Mas outras coisas da vida também.

MOSTRA A SUA CARA!

Preste atenção na chamada na televisão anunciando a volta da novela Vale-Tudo, de Gilberto Braga, Agnaldo Silva e Leonor Bassères, no Globoplay. É inacreditável como o editor de imagens consegui reunir falas que saíram de 1988 e caíram como uma luva em 2020. Até mesmo um Guedes apareceu por lá. É simplesmente espetacular. Vale a pena prestar atenção. 

[foto Reprodução/TV Globo]

SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA CNN

Algumas observações sobre o programa CNN Tonight, recém estreado:

O “sucesso” parece ter subido à cabeça da advogada criminalista Gabriela Prioli, que deixou a bancada do grande debate, onde discutia política, para o “debate alegrinho.

Gabriela, de repente, virou uma animada apresentadora de TV.

Maria Palma deixou a bancada do Jornalismo para mergulhar no entretenimento.

Ambas, estampam na cara: “gente, eu estou tão feliz de trabalhar na CNN Brasil!”

Leandro Karnal passa o programa inteiro tentando traduzir firulas em filosofia.

Debate bobo sobre WhatsApp (típico de um programa do SBT), leva uma das animadas apresentadoras a declarar: “meu emoji preferido é o coraçãozinho roxo”.

No segundo programa debocharam dos comentários sobre o primeiro programa. É  “muito formal”, escreveu um deles. Os apresentadores então colocaram os pés na bancada (inclusive Karnal) e perguntaram: “assim fica mais informal?”, com direito a close do sapato de Gabriela Prioli.

O programa não tem contraponto. Quando tem, é fofo.

Nada mais bobo que a platéia virtual que inventaram. Nos quadradinhos, os participantes não abrem a boca, apenas levantam plaquinhas com “sim”, “não” “curti”, essas coisas.

Está faltando alguma coisa nesse Tonight. Estamos procurando.

Boa noite!

[foto Reprodução/CNN Brasil]

 

 

SEM COMENTÁRIOS!

Houve um tempo, ainda sem TV à cabo, que reclamávamos muito da falta de opinião na televisão. Os telejornais eram pasteurizados, frios, apenas informativos. Nos anos 1990, surgiu na televisão brasileira, o primeiro âncora, Boris Casoy, que saiu do jornal impresso para a televisão, mais precisamente o TJ Brasil. Lá, criou o bordão “isso é uma vergonha” e o hábito de comentar as notícias. A Globo manteve seu estilo, sem comentários, sem opinião. Até que surgiu a GloboNews, transformada hoje em um amontoado de comentaristas. Dois meses sem ministro da Saúde. Vamos ao comentário de Andreia Sadi. Busca e apreensão na casa de Paulinho da Força. Vamos ao comentário de Valdo Cruz. O vice-presidente Hamilton Mourão acaba de dar uma coletiva. Vamos ao comentário de Fernando Gabeira. O Brasil ultrapassa os 75 mil mortos pelo coronavírus. Vamos ao comentário de Ana Flor. O dólar caiu. Vamos ao comentário de Miriam Leitão. Bolsonaro testou positivo novamente. Vamos ao comentário de Cristiana Lôbo. Gilmar critica Forças Armadas. Vamos ao comentário de Gerson Camarote. Bolsonaro está em silêncio há 15 dias. Vamos ao comentário de Merval Pereira. Chega! Sem comentários!

 

MÁRCIO GOMES NO JN

Você pode passar o dia com a televisão desligada e assistir unicamente o resumo do dia sobre o coronavírus apresentado pelo jornalista Márcio Gomes, no Jornal Nacional. Márcio vem, há uma semana, mostrando didaticamente o que chamam de Média Móvel, um resumo completo da tragédia de um vírus que mexeu com o mundo. Com gráficos detalhados, nada escapa. Um serviço da maior importância, que informa e ajuda cada um com informações precisas e alertas apontando onde está o perigo. Imperdível. Merece nota 10.

[foto Reprodução/TV Globo]