A Justiça do estado do Espírito Santo determinou, no final da manhã desta segunda-feira (17), que o Twitter, o Facebook e o Google Brasil retirem do ar as postagens da ativista de ultra-direita autodenominada Sara Winter. Ela publicou o primeiro nome da menina de 10 anos, grávida e vítima de estupro por parte do tio que está foragido, o que é crime. A decisão atendeu a um pedido da Defensoria Pública do Estado. As plataformas têm o prazo de 24 horas para retirar as postagens do ar, caso isso não aconteça, a multa diária é deu 50 mil reais. Hoje cedo, a gravidez da menina foi interrompida, com permissão da Justiça. Por incrível da pareça, houve protestos da bancada evangélica em frente ao hospital onde aconteceu o procedimento, na cidade do Recife.
Tudo vai passando meio despercebido em nosso país. A imprensa pesca uma frase aqui, outra ali, para informar aos leitores sobre a live de todas as quintas-feiras do presidente Bolsonaro. Nós salientamos aqui o ridículo que é um presidente da República colocar, toda semana, uma caixinha de Reuquinol em cima da mesa.
[foto Reprodução/Youtube]
É sempre bom ficar de olho nas lives do Sempre um Papo. Ontem, por exemplo, o encontro foi entre o ator Thiago Lacerda e o escritor e roteirista Antônio Prata. Mediado por Afonso Borges, idealizador do Sempre um Papo, a conversa foi pra lá de divertida, cheia de literatura, ideias, política e trabalho. O papo é sempre bom. Se você sintoniza, não consegue mais desligar e quando acaba fica sempre aquele óóó… no ar, tipo quero mais.
O jornalista ultra-direitista, demitido recentemente da TV Bandeirantes, estreou sua live no Youtube convidando dois ultra-direitas para participar: Alexandre Garcia e Caio Copolla. Como se já não bastasse a Jovem Pan. Se você quiser saber como é o mundo reacionário e entrar para o time de Bolsonaro, é aqui mesmo.
[foto Reprodução]
É live que não acaba mais. Nasceram assim de repente com a pandemia, a vontade de fazer alguma coisa bacana dentro de casa. Hoje temos lives de cantores, de chefes de cozinha, de psicólogos, de saúde, de yoga, de pilates, de família, lives interessantes, lives vazias, lives de todas as cores. O cenário são sofás, são orquídeas floridas, são estantes cheias de livros, são quadros na parede, um pedacinho da casa de cada um, um pedacinho do Brasil. Tereza Cristina, João Bosco, Bituca, Leonardo, Nando Reis, Lulu, Elba, Alceu, Geraldinho Azevedo, Skank, Titãs. A pergunta já está no ar: quando tudo isso passar, como vamos viver sem lives?
Domingo, meio-dia, estreou no UOL o programa #BrasilCozinhaComigo, diretamente da casa do jornalista Zeca Camargo que, depois de 24 anos, deixa a TV Globo em busca de novos voos. A cada domingo, Zeca vai preparar um prato típico do Brasil, esse país cheio de sabores, temperos e cores. Nesses tempos de pandemia, a estréia foi com o o auxílio luxuoso da paraense Eliana, diretamente de Belém, pura simpatia e simplicidade, respeitando o distanciamento social. Os dois prepararam juntos um tacacá chique, de fácil preparo. O problema vai ser encontrar todos os ingredientes para um país tão rico em culinária. No caso do Pará, mais precisamente o tacacá, não é assim tão fácil encontrar tucupi, a goma de mandioca e o jambu fresco no sul do Brasil. Mas deu tudo certo. O programa foge um pouco das dezenas de programas de culinárias que vimos na TV aberta, à cabo, na web. Zeca fez um rápido passeio por sua cozinha, conjugada com a sala de refeições, mostrou o quebra-cabeça que está montando e, ao fundo, sua coleção de bebidas que vem trazendo de sua fantástica volta ao mundo. Peças raras vindas de todos os cantos e nações. Pode ser tanto da Tailândia quanto de Cabo Verde. É um bom programa pro domingo, depois que a gente já leu os jornais, já viu a corrida de Fórmula 1 e está começando a pensar qual vai ser o prato do dia de domingo. Mas #BrasilCozinhaComigo não quer só comida, quer comida, diversão e arte. E Zeca é craque no assunto. Vale conferir.
[foto Reprodução/UOL]
Na década de 1970 ela era chamada de nanica, underground, feita de maneira artesanal, combativa e independente. E de papel. Havia os jornais Movimento, Opinião, Em Tempo, De Fato, Coojornal, Versus, Flor do Mal, Ex, além do Pasquim, pai de todos. E havia também as revistas O Saco, Silêncio, A Pomba, Escrita, Circus, José e tantas outras. Hoje, essa imprensa passa nas redes sociais, no Youtube, no Facebook e todas as outras. Hoje temos o Nocaute, o DCM, o Conversa Afiada, o 247, a Mídia Ninja, o Jornalistas Livres, o Ópera Mundi, o Cafezinho, para citar apenas alguns. Conheci finalmente a TV Democracia, pilotado pelo jornalista Fabio Panunzzio, ex-Globo e ex-Band. Preste atenção.
[foto Reprodução/TV Democracia]
Não estranhei o teclado ao fundo, não estranhei as músicas escolhidas, de Amigo a Jesus Cristo, de Emoções a Caminhoneiro, passando por Nossa Senhora. Não estranhei a pulseira de prata no braço esquerdo, a fala pouco e mesma, os cabelos ralos e escorridos, como se fosse uma brasa, mora. Estranhei um pouco a roupa do rei, na verdade, a camisa florida, de aniversário. Estranhei a cortina marrom, cor pavor de Roberto Carlos. Nos tempos de coronavírus, o rei teve a menor platéia de sua vida na festa dos seus 79 anos, uma meia dúzia de pessoas. Impossível ter mais. O rei tinha um olhar triste ao cantar uma música atrás da outra, fazendo pequenos comentários. Acertou ao lembrar os bravos caminhoneiros e a sofrida Itália, ao cantar “Canzone per te”, sucesso que defendeu no Festival de San Remo, no ano 66 do século passado. O show particular, visto por milhões de pessoas em suas casas, foi bem particular mesmo. Da poltrona, os fãs disparavam elogios, corações, flores, mãos postas e mensagens de parabéns que iam subindo ao lado numa velocidade estonteante para quem estava sintonizado no Youtube. Estranhei a quantidade de #forabolsonaro, previamente combinado entre os inimigos do rei. De noite, o show da vida mostrou os bastidores, mas deixou de lado o #forabolsonaro.
[fotos Reprodução/Youtube]
A jornalista Maria Julia Coutinho, a Maju, postou ontem nas redes sociais um curto mas importante depoimento do padre Julio Lancellotti sobre a questão dos moradores de rua nesses tempos de coronavírus. Segundo ele, são mais de 24 mil pessoas que moram nas ruas de São Paulo e que precisam ser lembrados.
[fotos Reprodução/Facebook]
Dizia-se antigamente que todo brasileiro é técnico de futebol, tamanho o número de pitacos de leigos em cima da escalação de um time. Hoje, muitos anos depois, com o advento das redes sociais, todo brasileiro virou comentarista de tudo. Postei aqui neste blog, um “vi e gostei” referente a um mini-documentário exibido na semana passada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, em que o Doutor Drauzio Varella mostrava um pouco a vida das pessoas trans dentro das prisões brasileiras. Uma enxurrada de críticas vieram à tona em todas a redes sociais, o que fez um dos mais prestigiados médicos brasileiros escrever uma nota de esclarecimento em seu site. Por aqui, leitores elogiaram o meu “vi e gostei”, mas teve leitor que criticou duramente, como a leitora Maria Inês:
A Internet é um grande ringue de ideias e opiniões e o futuro dela começa a ser questionado. O importante é conviver com ideias contrárias, num ambiente democrático, cada vez menor em nosso país.
[fotos Reprodução sitedrauziovarellla/VILLASNEWS]
Acontece de tudo no mundo da Web. De tempos em tempos, alguém pesca uma notícia velha de algum lugar e posta no Facebook como se fosse fresquinha. E os desavisados caem feito patinhos. Ninguém sabe se o primeiro a postar também é um desavisado ou faz isso para se divertir. No dia primeiro de março, anteontem, Antoune Nakkhle postou que o violonista espanhol Paco de Lucía acabara de morrer no México, vítima de um enfarto fulminante. De fato, o gênio da guitarra morreu no México de enfarto, mas foi em 2014. E a postagem continua lá, em forma de notícia de última hora. Menos de um minuto depois, veio o primeiro comentário:
Gente… que tristeza! Perdemos mais um dos grandes.
Logo em seguida, um informado avisou:
Notícia de 2014.
O terceiro também avisou:
Morreu em 2014. Saudades ainda hoje. Sempre.
Mas como muita gente não lê os comentários, alguém escreveu:
Que pena! Muito novo.
Um desconfiado escreveu em seguida:
Mas ele já não morreu?
Sem desconfiar de nada, um outro mandou bala, talvez achando que Paco de Lucía fosse parente de quem postou a notícia:
Que triste. Meus pêsames!
E a conversa foi longe, entre gente triste e desconfiada. Resolvi entrar na conversa e postei:
Achei que tinha sido o Rubinho Barrichelo quem postou essa notícia.
Muitos curtiram com a carinha chorando de rir. Essa notícia velha ainda vai longe. [AV]
[foto Reprodução Facebook]
Em entrevista ao Universa, a atriz Jéssica Ellen, a Camila de “Amor de Mãe”, novela das nove e pouco da Globo, fez alguns desabafos, entre eles: “A gente precisa ser amada e cuidada. E ninguém é forte o tempo inteiro. Nem os homens, aliás”. Jéssica foi capa pela primeira vez, recentemente. Linda, ocupou várias páginas da Ela, a revista de fim de semana do jornal O Globo. Vinda da Rocinha, a atriz tem brilhado na trama de Manuela Dias. Forte e guerreira, tanto a personagem Camila, uma professora de esquerda, como aa atriz, despertou para a mídia e começa a fazer despertar o racismo que existe dentro de milhares de brasileiros e brasileiras. Veja os primeiros comentários que surgiram no pé da matéria publicada pelo UOL:
VILLASNEWS está com Jéssica Ellen e não abre. #somostodoscamila
[foto Reprodução]
Todo mundo sabe da ligação entre os Bolsonaro e o miliciano Adriano da Nóbrega, morto há uma semana no interior da Bahia. E não é de hoje. Ligação de amizade, principalmente entre o Flávio, que ninguém mais chama pelo número porque a moda o 01, 02 e 03 passou. Adriano deixou de herança duas condecorações feitas por Flávio, uma quando ainda estava solto e outra quando já morava no xadrez. O filho do presidente da República nega de pés juntos essa ligação. Como um menino que roubou um bombom nega que tenha roubado e depois sacudido a caixa pra não dar na vista. Todo esse nariz de cera para registrar aqui a ligação que o site de notícias UOL fez entre os dois para ilustrar mais uma reportagem. Flávio e Adriano, lado a lado. Um preso e o outro fazendo gesto de arminha, a abominável marca registrada do bando dos Bolsonaro. O UOL merece nota 10. Acertou na mosca.
[fotos Reprodução]
Fazer as coisas nas coxas é uma expressão que está caindo em desuso. Mas, no fundo, continua em plena atividade. Qualquer profissão deve ser exercida com esmero. O Jornalismo não foge à regra. No entanto, diariamente, vê-se na imprensa, títulos, textos, fotos, acabamento, tudo feito nas coxas. Claro que o Jornalismo correto e cuidadoso existe e está presente na televisão, nos jornais, nas revistas, nas rádios, na web. Ontem, ao noticiar que o presidente do STF, Dias Toffoli havia encaminhado um documento aos ministros alertando-os de um perigo de possível atentado, alguém na Folha de S.Paulo executou a legenda acima. A foto de Toffoli está correta, mas atente para a legenda: “Dias Toffoli, natural de Marilia (SP), é o atual presidente do STF e ministro desde 2009, indicado por Lula”. Seguramente, a foto de Toffoli veio do arquivo, com as informações básicas sobre ele. O redator não pensou duas vezes: “Vai assim mesmo!” E foi.
[foto Reprodução]