Tudo pode acontecer neste 7 de Setembro
Confusão no meio de campo
O Sol pergunta: são sombrinhas de praia ou são coronavírus se espalhando pela areia?
Finalmente uma notícia sobre a morte do músico grego Mikis Theodorákis
O Brasil vai virar um Egito
Não decidiram com que roupa eles vão
Acabou! Acabou! Acabou!
A Anvisa esperou o jogo começar para aparecer
Na foto em destaque na primeira página, o bafafá no gramado
Chama a Anvisa!
O Sol espera que o diretor Rue Guerra, 90 anos, esteja certo
OS JORNAIS ARGENTINOS:
Site do jornal esportivo Olé
O fim da era Merkel na capa da Der Spiegel
A guerra não acabou
A italiana optou para estampar o último soldado americano a deixar o Afeganistão na sua capa e a assombração de Bin Laden
A literatura colombiana na capa do suplemento literário do jornal espanhol El País
Na capa do suplemento Alias, do diário comunista italiano Il Manifesto, as mulheres de Cabul
Il Venerdì, a revista do jornal italiano La Repubblica, imaginou a vida em Marte no ano de 2050
Todos sabem que os jornais sobrevivem graças à publicidade. Mas não deve ser fácil para um diretor de arte ver a capa do suplemento Na Quarentena, do Estadão de domingo.
O Sol revela quem ficou em quinto e sexto lugares na Paralimpíadas. A televisão pulou, o tempo inteiro, do quarto para o sétimo, que era o Brasil.
Tem coisas na vida que não mudam. A fórmula da Coca-Cola, o logotipo da Volkswagen, o cheiro da pomada Minâncora, a moça dos palitos Gina, a cabeça de Bolsonaro.
Outras evoluem. O Toddy não é mais em vidro, o Eskibon não vem mais em caixinha e a embalagem do Leite de Rosas agora é de plástico.
Coisas somem, como a Cerveja Portuguesa, os cigarrinhos de chocolate da Pan, a Mirinda Morango, o chiclete Ping-Pong, o sorvete Yopa, o Ki-Suco.
Sem contar o Diário da Tarde, a revista Realidade, a TV Manchete, o Você Decide.
Hoje vamos falar de mudanças.
O azeite, por exemplo, não tem mais cheiro. O Nescau não é mais apenas um achocolatado. Virou corn flakes, virou ovo de Páscoa, virou uma espécie de Toddynho.
Na verdade, vamos falar de pastel.
O meu pai costumava brincar dizendo que pastel que você morde e tem batata, é pastel de carne e o que não tem nada, é de queijo.
Era assim. Pastel era de queijo ou de carne. Não tinha outra opção, até que alguém resolveu fazer um pastel de palmito.
Aqui em São Paulo, barraca de pastel na feira é ponto turístico. Não tem um mineiro que baixa aqui na minha casa e que não queira ir a uma feira-livre pra comer pastel e tomar um caldo de cana, cuja barraca fica sempre em frente.
Os mineiros afirmam com toda certeza que o pastel de feira daqui de São Paulo é o melhor do mundo.
Mas o pastel mudou, cresceu e virou praticamente um almoço.
Domingo passado fiz um pitstop na minha dieta e fui comer um na feira livre aqui da Lapa, aproveitando um solzinho que saiu logo cedo.
Ao invés de me defrontar com uma pequena dúvida entre o pastel de queijo ou de carne, tinha na minha frente um cardápio tamanho de um outdoor: pastel de pizza, de camarão, camarão com catupiry, carne seca com ovo, sem ovo, pastel de escarola, de bacalhau, Bauru, bacon, pastel de feijoada, de angu, de abobrinha, de rabada.
Tinha no cardápio pastel de frango com milho, sem milho, frango desfiado, frango com azeitona, só de frango tinha uma granja de opções.
E os pastéis doces? Romeu e Julieta, Nutella, banana caramelada, doce de leite e por aí vai.
Olhei, olhei pro cartaz enorme e fiquei em dúvida:
Carne ou queijo?
[Crônica publicada no site da revista Carta Capital]
http://www.cartacapital.com.br