O SOL DE DOMINGO 12 MARÇO 23

Parece uma bactéria que grudou na pele do nosso país e está difícil de ser extirpada. Nem o melhor cirurgião da região parece ter a capacidade de contê-la, queimá-la. Surgiu faz muito tempo, provocando pequenas feridas que foram se alastrando, principalmente pelo Sudeste e pelo Sul do Brasil. O epicentro do que virou uma pandemia foi o Rio de Janeiro, outrora chamada de Cidade Maravilhosa. Cada mal que fazia, mais ganhava adeptos e ganhava terreno. Até chegar, um dia, ao planalto central do país, uma bactéria toda poderosa que bastava se manifestar para piorar e piorar mais a situação de um país chamado Brasil, que quase acabou nas suas mãos. Um dia de outubro do ano passado, esse vírus foi expulso do corpo do país e, antes que fosse eliminado de vez, fugiu para outro país, onde se escondeu com medo de voltar aqui e receber uma dose cavalar de antibiótico dos habitantes locais. Mas mesmo instalado em Orlando, esse vírus continua provocando um certo mal estar, dor de cabeça e socos constantes no estômago. Mas fique certo que o seu dia há de chegar.

PARA CONTRIBUIR:

help.unicef.org

Os Mariachs em ação, a guacamole, Frida Khalo, a carne com chili, Acapulco, Oaxaca, Guadalajara, a seleção do Tri, a festa dos mortos, Diego Rivera, o burrito, são tantas coisas que nos fazem lembrar o México de Emiliano Zapata…

Um país com muita personalidade, terremotos, cores, uma capital superpopulosa e com um tráfego caótico, além de cactos e aqueles chapelões.

A culinária propriamente dita, nem se fala: tacos fritos de frango, lagostas ao molho chimole, chimichangs, totopos com queijo, feijões fritos com nachos, isso para lembrar apenas algumas iguarias.

Não faz muito tempo, houve uma invasão mexicana no Brasil. Sim, acredito que no Brasil inteiro as paletas mexicanas invadiram os bairros e o centro das cidades.

De repentes, lojinhas vendendo aqueles sorvetões de 120 gramas, recheados com doces, que começaram a ser produzidos em Tocumbro lá pelos anos 1940, chegaram por aqui. Tudo muito natural para não perder o sabor e as cores do México. As lojinhas foram inauguradas aos montes, aqui em São Paulo, chegaram a ter três lojas na mesma rua.

Resultado: enjoou. Rapidamente, as paleterias foram fechando uma a uma e hoje, alguns picolés ainda resistem bravamente no fundo de freezers de supermercados.

Mas desde o final do ano passado, e os primeiros meses deste esperançoso 2023, lojinhas vermelhas, todas com a mesma cara, começaram a ser inauguradas na maior cidade da América do Sul. Sãos os minimercados Oxxo! Abertos 24 horas, eles estão conquistando aqueles boêmios que são vistos nos Oxxos às 3 horas da madrugada, em busca de uma Coca-Cola gelada, de uma cerveja Sol pra enfrentar o verão, uma coxinha de galinha quentinha, um miojo, uma pizza congelada pra matar a fome.

O nome é tão esquisito que resolveram escrever nas fachadas: leia Ô-quis-Sô! Mas os brasileiros acharam meio complicado e andam chamando de Oxxo mesmo.

Só aqui na lapa, foram inaugurados cinco Oxxos desde janeiro. Um acabou com a farmácia de bairro, a Santa Teresinha, outro acabou com uma padaria, um engoliu uma agência do Itaú, outro um estúdio de tatuagens e uma quinta, uma pequena loja de material de construção.

Basta abrir os olhos pra qualquer lado, aqui na Lapa, que você vê um Oxxo, sempre muito iluminado, meio festivo, nada aconchegante, mas prático, básico, quebra galho total.

Hoje fiquei sabendo que já existem 119 Oxxos no Brasil. Na Colômbia são 133, no Chile 55, no Peru 21 e no México, 21 mil Oxxos! Leia Ô-quis-Sô.