O agro é problema
Um louco solto nas ruas
Um presidente rodeado de problemas de corrupção e fingindo que nada está acontecendo
Deu na Der Spiegel. O problema entre bolsonaro e os povos indígenas é mais grave do que o Brasil está pensando.
Na capa da Der Spiegel, o final terrível no Afeganistão
A National Geographic e a Atlantic começam a falar dos 20 anos do 11 de setembro, colocando na capa alguns fragmentos da tragédia
A bela capa da Broccoli, a revista que celebra o canabis.
Almodovar na capa da revista de fim de semana do El País
Ai Weiwei na capa da revista italiana Arte In
Uma boa pauta seria procurar quem são essas duas figuras que viram fotografar a capa do disco Abbey Road, dos Beatles, em 1968
O Sol considerou bastante confusa todas a confecção da capa e a manchete da revista Veja São Paulo
Joaquim pra mim pode ser uma revista literária que circulou no Paraná entre 1946 e 1948, eu não estava nem aí. Editada por Dalton Trevisan, quando ainda não havia vampiro em Curitiba
Chiquérrima, logo nas primeiras páginas do primeiro número a Joaquim falava em Rainer Maria Rilke, John Dewey, Maiakovski, Sérgio Miliet, Otto Maria Carpeaux e Paul Verlaine.
Joaquim durou 21 números. Publicou Drummond: Nossa mãe, o que é aquele vestido, naquele prego? Minhas filhas, é o vestido de uma dona que passou. Passou quando, nossa mãe? Era nossa conhecida? Minhas filhas, boca presa. Vosso pai êvem chegando.
Publicou o Carlos ainda quarentão que, muitos anos depois, Milton musicou: Eu preparo uma canção, em que minha mãe se reconheça, todas as mães se reconheçam, e que fale como dois olhos.
Nas páginas da Joaquim, era possível ler Louis Aragon no original, em francês, e reclames da Papelaria Normalista, do Magestoso Hotel, da Alfaiataria Guanabara, da Chapelaria Central, da Confeitaria Tinguí, que devem ter deixado um outro Joaquim excitado e que vou falar daqui a pouquinho.
Antigamente, todo Joaquim era Quinzim. Tio Quinzim, vô Quinzim, era Quinzim pra lá e pra cá, pra todo lado. Na Fazenda do Sertão tinha um, o Quinzim que recolhia as galinhas ao cair da tarde e trancava o galinheiro.
Joaquim é também para mim um sobrinho-bisneto, sete anos, que nasceu em Brasília, mora lá. Vaidoso, sereno, já pediu a bisavó um desodorante: estou precisando! A última vez que o vi era ainda menininho, foi pouco antes da reeleição da Dilma. Morro de saudade dele.
Mas o Joaquim, muso desta crônica, é o Joaquim cronista do Globo, cronista de mão cheia, que leio toda segunda-feira no jornal dos Marinho, e com olhos arregalados. De tanto ler Joaquim, pensei: esse é o cara para escrever a orelha do meu primeiro livro, O Mundo Acabou.
E ele escreveu: o Mundo acabou filtra em moringas de barro, cola com goma-arábica, a saudade dos nossos objetos produtos de supermercado, sonhos de consumo, superstições, modismos. Transforma em nostalgia delicada, madeileines sublimes… até mesmo o líquido amargo do óleo de fígado de bacalhau.
Não paguei nada a ele, nem um tostão furado, nem eu nem a Editora Globo. Sorry, Joaquim, estou lhe devendo uns trocados.
Nunca tinha visto Joaquim Ferreira dos Santos, assim cara a cara, frente a frente, e sempre o amei. Mas um dia, o avistei num lugar bem a nossa cara, a Livraria da Travessa, Rua Visconde de Pirajá, Ipanema, Cidade Maravilhosa.
Lá estava ele numa tarde de dia útil, espiando um livro e outro. Aproximei e me apresentei: sou o cara que escreveu O Mundo Acabou e você fez a orelha! disse na lata. Tímidos, nós nos apresentamos, nos cumprimentamos. A conversa foi curta, rápida e rasteira, mas sai dali feliz da vida por ter conhecido pessoalmente o tal Joaquim, em carne e osso.
Hoje a gente está no mesmo grupo de zap, encontro de escritores, jornalistas e sonhadores, pilotado por Afonso Borges. De vez em quando, o Joaquim comenta a minha crônica pra Carta Capital, dizendo ter uma invejinha boa dos meus recuerdos. Isso quando eu me lembro do cheque verde do BERJ, do traveler check, do Banco Nacional, aquele que estava a seu lado.
Ah mundo, vasto mundo, fico pensando assim… ah, se todos chamassem Joaquim!